Nossa História

Inspirados e chamados a viver profundamente o carisma de “caminhar a luz da face do Senhor, buscando conhecer sua vontade e realizá-la na imolação das nossas vidas afim de consolar a Jesus no Getsêmani que agoniza nos homens e mulheres de nossos tempos” é que a Fraternidade dos Franciscanos do Getsêmani nasce com a missão de testemunhar a consolação e a misericórdia que procedem do coração de Deus através de uma vivência concreta do Evangelho junto àqueles que são colocados em nosso caminho.

A semente carismática é colocada no coração do jovem Manoel Gregório Alves Neto, que desde sua juventude foi formado na fé cristã e alimentou o desejo de servir a Deus por meio da consagração da sua vida. Foi educado com os Frades Menores Capuchinhos em Parnaíba – PI, cidade onde nasceu e foi criado. Viveu como postulante de 1967 a 1971 no Convento de São Sebastião. Lá ele absorveu o máximo da espiritualidade franciscana além de despertar seu amor e dedicação no cuidado das pessoas idosas.

Neste período com vinte anos, mesmo se identificando com a forma de vida ali encontrada sentia que faltava algo ou que era impulsionado a buscar algo além daquilo que encontrava no convento capuchinho. Conversando com seu Mestre Frei Higino Maria de Grajaú foi aconselhado pelo mesmo a fazer uma experiência na Sociedade Joseleitos de Cristo, congregação em que fez profissão perpétua e viveu por nove anos essa profissão; boa parte do tempo em Nova Friburgo RJ no Lar Senhora de Nazaré até sua saída em 1983. Ainda com aquela inquietude o Jovem irmão Gregório busca refletir o que de fato o Senhor pedia a ele. Por inspiração de São Francisco e na leitura da vida de Madre Paulina e toda sua doação para com os mais sofredores, silenciando e orando foi se clareando a inspiração carismática da vida que Nosso Senhor confiava a ele e àqueles que viessem a se juntar nessa inspiração carismática.

Foi então que junto a um jovem de nome Conrado Thiago Máximo, natural de Piçarras SC que iniciam no dia 09 de agosto de 1983 a experiência inicial da Fraternidade na cidade de Maria da Fé, Diocese de Pouso Alegre. Já aí o irmão Gregório adota o nome de Frei Paulino do Coração de Jesus. O grupo nascente tinha a benção e o apoio de Dom José D’Ângelo Neto, diocese de Pouso Alegre – MG, que incentivava os trabalhos e o crescimento deles. Uma das falas do mesmo bispo aos dois jovens que os motivam é: “São Francisco é um dos santos mais fecundos da Igreja, pois mesmo depois de tantos séculos passados continua a fazer surgir novos rebentos” e concluiu “vivam como religiosos, hajam como religiosos, e se for obra de Deus irá para frente apesar das dificuldades, se não for obra de Deus não haverá necessidade de que ninguém acabe com ela, porque ela se acabará por conta própria”.

Eles iniciam um trabalho com as crianças carentes chamado Oratório Festivo Santa Paulina em conjunto ao espaço do Lar de Velhinhos. Vão trabalhando com amor e afinco enquanto chegam as vocações. Aguardam uma maturidade do primeiro grupo para obter do bispo um pronunciamento. Porém, neste período Dom José D’Ângelo adoece gravemente, o que o faz chamar os freis e aconselhar que procurassem um ambiente onde poderiam ter assistência e um bispo com mais saúde para acompanhar a comunidade. Seguindo os conselhos do querido bispo, Frei Paulino procura a Dom Manuel Pestana Filho, bispo de Anápolis GO que os recebe com as devidas apresentações de Dom José D’Ângelo e os direciona para trabalhar no Lar dos Meninos Monsenhor Pitaluga, local esse que ficava sob os cuidados dos Vicentinos.

Nesta transição alguns irmãos desanimados não seguiram para Anápolis, e outros foram chegando. Entre os que não acompanharam temos Conrado, cofundador da Fraternidade, retornando para sua família.

Com a chegada a Anápolis em 1987 parecia que finalmente a Fraternidade começa a viver dias de entusiasmo e verdadeiro fervor, quase próximo daquele fervor dos primeiros discípulos do pobrezinho de Assis. Chegavam muitos jovens querendo experenciar a forma de vida dos irmãos que era de simplicidade e pobreza. Porém alguns problemas começaram a surgir com a diretoria da casa dos vicentinos que queriam que os freis apenas trabalhassem no Lar e não tivessem uma vida de oração. Conversando com Dom Manuel ele permitiu que os freis pudessem ir para Abadiânia onde ficaram ajudando no Santuário de Nossa Senhora da Abadia.

Percebendo que não encontravam um acompanhamento adequado para a estruturação da Fraternidade na espiritualidade franciscana, Frei Paulino sob orientação de Frei Estevão Ottembreit, ofm., provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, que o orienta e indica algumas dioceses com bispos franciscanos que poderiam ajudar nesse acompanhamento e estruturação da Fraternidade. É assim que em 1991 os irmãos são acolhidos na diocese de Santo Amaro – SP sob os cuidados de Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm. e enviados a região do Grajaú, zona sul de São Paulo capital, região neste período muito carente da presença eclesial e religiosa. Os freis que chegam e auxiliam nos locais com pouca frequência de missas e ajudam o padre a organizar as comunidades; além das atividades sociais realizadas junto ao povo.

Aos poucos os irmãos que estavam em Goiás foram chegando, devido as condições financeiras e conforme iam finalizando os trabalhos em Abadiânia.

Embora os freis desenvolvessem muitos bons trabalhos que beneficiavam as comunidades, o bispo de Santo Amaro, salientando que existiam muitas novas comunidades na diocese, direciona os freis a procurarem uma outra diocese para poder dar prosseguimento ao processo de reconhecimento que ele havia iniciado. Porém, devido as atividades sociais iniciadas, os freis insistiram em permanecer na diocese esperando uma mudança de posição de Dom Fernando. Neste meio tempo, em 2001 foi fundado o Lar do Idoso Recanto São Francisco, voltando às origens carismáticas, atendendo idosos resgatados das ruas ou que moravam sozinhos para ser melhor cuidados.

Ao mesmo tempo a Fraternidade ganha uma fazenda com uma estrutura conventual no interior da cidade de Nanuque – MG dado por um Médico Dr. Ivan Claret e ambientalista renomado na região e que desejava uma presença religiosa naquele local. A casa serviu em alguns momentos como espaço de formação do noviciado da Fraternidade. Devido à falta de perspectiva de um maior reconhecimento eclesial muitos membros desistiram chegando a permanecer dois freis: o fundador e Frei Gilson Benedicto Mariano, carioca, ingresso em 1992. Em 2007 ingressa o jovem Danilo Bezerra dos Santos, natural de São Paulo SP entrando no postulantado da Fraternidade e ajudando aos freis no Lar dos Idosos.

Frei Paulino angustiado com a situação atual dos freis entra em contato com Dom Frei Luiz Flávio Cappio, ofm. bispo diocesano de Barra BA para ver a possibilidade de sermos acolhidos na diocese; este, de muito bom grado acolhe os freis, na cidade de Gentio do Ouro, auxiliando na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, onde eles permaneceram por cinco anos.

Neste período Dom Luiz atende ao pedido do fundador e concede a ele ser ordenado diácono para o melhor serviço pastoral; em seguida pede para que os freis possam ser presença missionária e eclesial na cidade de Itaguaçu da Bahia na Paróquia Nossa Senhora da Conceição onde residimos até os dias atuais, anos de 2021. Foi nesta paróquia que no ano de 2016 nosso fundador foi ordenado sacerdote com o lema: “Tive compaixão, pois eram como ovelhas sem pastor” (Mt 9,36), para bem atender o povo, para a Glória de Deus e para a salvação das almas. Sempre foi muito atencioso para com todas as comunidades e com o povo e era muito querido por todos.

Infelizmente teve um curto ministério sacerdotal vindo a falecer em 26 de março de 2018 acometido de um câncer de pele e das complicações que essa enfermidade trouxe; doou-se ao extremo indo até o limite das suas forças. Amava tanto o povo a ele confiado que, antes de ir a São Paulo para iniciar o tratamento, relutou e confessou a amigos que gostaria de ter permanecido neste local para morrer aqui. Hoje seu corpo descansa nas terras que aprendeu a amar e na qual esteve, depois de muito tempo procurando por casa.

Com a Páscoa do fundador em 26 de março de 2018 os freis prosseguiram com a vivência de seu carisma, dando continuidade aos trabalhos iniciados pela Fraternidade e pelo Fundador aqui em Itaguaçu da Bahia e na obra em São Paulo.

Em 2018 ingressa na Fraternidade Antonio Inácio Intringer Trarbach, natural de Domingos Martins ES que já havia professado os votos temporários no Instituto Milícia de Cristo no Espírito Santo, seu Estado natal e absorve bem ao carisma e à vida missionária, campo de ação de nossa Fraternidade; logo em seguida ingressam: o hoje noviço Frei Agno Dantas de Mendonça, natural de Santa Maria da Vitória BA e posteriormente o noviço Frei Fernando Rezende Ferreira, de Pedro Canário ES que compõem o grupo atual de cinco freis.

Dia 24 de março de 2021 a Fraternidade dos Franciscanos do Getsemani pede à Igreja na pessoa de seu bispo diocesano Dom Frei Luiz Flávio Cappio, ofm. que acolheu de forma tão paterna essa Fraternidade em sua diocese, pediu o reconhecimento oficial da FFG erigindo-a em uma “Associação Pública de Fiéis”, conforme o Direito; o que foi conseguido como graça especial em 26 de março de 2021, data da Páscoa do Fundador Frei Paulino do Coração de Jesus.

Deo Gratias!